Da melodia afiada da fala

A água cai de lado, martelando o asfalto conforme as golfadas do vento. Noites chuvosas são as piores porque me fazem lembrar da primeira noite, quando Marla ainda estava viva, quando o que eu pensava ainda me pertencia, quando abraçar sua cintura ou tirar seus cabelos da frente dos olhos eram ações que eu tomava por iniciativa e gosto, não por outra coisa.

A chuva lava o carro e os vidro...

 

O barão sob o castelo

Mig fez o sinal e ficamos quietos. Pensei que tivéssemos chegado na cripta, mas eu já havia concluído isso antes, mais de uma vez, e o labirinto subterrâneo continuava nos eludindo. Fibá ficou de pé na ponta do corredor pelo qual havíamos acabado de passar, olhando para trás. Fiumara, que carregava o lança-chamas, sentou numa pedra e descansou o maçarico da mangueira nas pernas. Aza paro...

 

A busca onírica de Alberto Carter

A primeira e única vez em que conversou com os sacerdotes Nasht e Kaman-Thah na caverna da flama, Alberto sentia uma coceira incansável nos dedos da mão direita. Contrariando suas recomendações, desceu os setecentos degraus até o Portão do Sono Profundo e adentrou as Terras do Sonhar.

Quando pisou entre os ramos retorcidos das árvores da Floresta Encantada, a mão latejava em carne viva...

 

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