A formidável moldura do indizível

Um sonho tem me atormentado nos últimos tempos. Sinto uma repulsa inexplicável pelo conceito e não consigo parar de confrontá-lo no subconsciente. Começa com a imagem de um homem sentado diante do computador em um escritório escuro, escrevendo e escrevendo. Ele acorda, come, senta e começa. Vira e mexe lê um livro. Assiste algo na mesma tela quando para pra almoçar, normalmente coisa ráp...

 

Um memorial de guerra protegido da chuva

Elas surgem furando as nuvens. O céu carregado querendo inocular a terra com gotas pretas viscosas e então os ventres inchados são perfurados pelos narizes de metal, em matilha, planando com delicadeza sobre a cidade, jogando seus raios de luz e laser sobre prédios e ruas.

Quando as naves aparecem eu me escondo atrás das pernas de minha mãe ou meu pai, correndo pela casa pra longe das jan...

 

Um dia terei uma iguana chamada Mário

Canuto abriu o pote de analgésicos e mastigou três, lavando o rosto na pia. No espelho, mexeu num dos dentes inferiores, mole, e tentou puxá-lo. Não queria sair, mas não ia ficar ali por muito tempo. Secou o rosto com cuidado, a toalha vermelha da testa aberta. Pegou água oxigenada e borrifou. Gritou vendo borbulhar o talo, secou de novo, borrifou anti-séptico. Jogou tudo na pia marrom de s...

 

« Carregar mais posts