Josaldo se agarrou ao poste, coçando a perna, rodeando a ferida que sulcava a carne e coçava, coçava. Era quase a esquina da rua, dali já via um pedaço da casa encaixada malograda no declive, verruga que deus queria coçar na couraça da terra. Casa pintada de sujeira do vento, ondas nas paredes feito filtro de foto velha.
A vó sentava na varanda com os pés cruzados, olhando pelos óculo...
Mariana tava no sofá cochilando, o filme ligado. Catei os sacos de salgadinho e as latas de refrigerante, joguei no lixo e saí pra fumar na escadaria do condomínio. Um carro chegou, casal de idosos que eu conhecia de vista. Acenei, acenaram de volta. Acendi um cigarro e sacudi o maço. Mais três. O exato pingado do dia seguinte; um antes do trabalho, um no almoço, um entre a janta e a viagem ...
Entra, ela diz, entra rápido.
Ele entra. Ela fecha a porta, tranca os cinco trincos. Vira, abre um sorriso e lhe dá um beijo no rosto. Sou a Rosângela, diz. Eu sou o, ela corta: por favor, não quero saber seu nome, é mais fácil assim. Caminham na direção da escadaria. Atraído pelo barulho da TV, ele para na abertura e olha a sala de estar, cheia de bebês em manjedouras de plástico e ...