Cuiabá 296 | Cracudo

Tudo que plantam na esquina do Liceu Cuiabano apodrece. Dá nada. Qualquer hora montam outra coisa pra apodrecê. Cuidado com saporra de calçada quebrada. Anda, olha o tchero do pastel da feira, essa Getúlio bomba no findi, putz, canal. Se fosse cachorro ficava aqui, diliça de tchero, xomano. Passa reto pelo 44, num se dexa levá pelo baguncinha, ovo estralano na tchapa. Moitará. Lembra? Virô nada, né. O xops vendia algodão doce ali perto da escada rolante, tinha um maluco que plantava na porta e pedia pra qualquer um que passava comprar. Às vezes conseguia antes do segurança enxotá. Nesse trevo da Miguel Sutil já teve aúfa de coisa tamém. Poisé, vai falino. Lá do otro lado, ó lá. Só a farmácia, firme e forte. É que tudo dói, xomano, remédio num sai de moda.

Xaí essa trinchera. Demorô pra ficar pronta, céloco. Pra Copa, lembra. Igual o VLT, diz que lenda. Tamém num fui ni jogo nenhum. É, essa casa aqui. Agora tá vazia, todo mundo na rua. Bem que cê disse. Vamo voltá. Para de arrastar tchinelo, ergue o pé, caramba. Bora. Vira aqui no Liceu de novo. Vai ino. É uma bosta. Só lixo, buraco, árvore, rampa. Por isso cuiabano anda na rua, calçada é boa pra ver do carro. Se cê descer essa rua dá numa padoca ali, colada na ETF, aquela escola, ah, num é mais ETF, né, é IF alguma coisa, mas então, a padoca, colocaram umas paredona de vidro, cê fica loco, xomano, tem um bolo de chocolate lá que té treme o dente, tá ligado?

Mato Grossona veia. Essa é outra, aqui monte de coisa num vinga. Tamém acho engraçado o nome desse posto. Vai ino. Lombada eletrônica. Há. Nem com muita vontade cê alcança 40 ká eme a pé, fi. O Médici, desse colégio aí, foi médico, num foi? Ispiaí o relojão. É, uai. Eu acho, tipo monumento da cidade. Pra direita. Morro da Luz. Olha, pra mim tem tanta luz quanto noutros lugar. Esse ponto é canal, se cê for mesmo vender trufa pra tua mãe. É. Pessoal daqui vai pra Federal, pro 3 América, pro Coxipó, pro Parque. Sobe a escada aí. Tá vazio porque ninguém sobe, só noiado. Procura aí. Nem pergunta, alguém sabe o nome dele? Poisé, vambora, dá mole não. Lembra da Bispo? Putz, saudade. Xaí, manja esse busão. Entra, entra. Senta na escada. Ah, motorista nem liga mais. Levanta, vamo ficá no fundo.

Aí, salta. Rodoviária é sempre tcheia de hotel ao redor, num é? Tá veno aquela tia ali? Pão de queijo dela filé, ein. Quebra aqui. Direita. Reto cê vai pra Chapada, céloco, paradero lá, tem nada. Aí, direita de novo. Tá veno? Poisé, aqui nessa rua sempre fica os noia. Pô, os cara descolaram até colchão! Vidão! Aí, maluco, tenho menos que você. Vaza. É ele, ali? Te falei que tava cos noia. Acabou de fumar pedra, certeza. Aí, dona, desde quando ele tá aqui? Ontem à noite? Então tem que ver onde ele tava antes, xomano, agora tá viadjando, num vai falar coisa com coisa. Pô, esse teu irmão num toma djeito. Tá, leva ele pra casa. Fala pra tua mãe ficar tranquila. Eu? Voltá pra Isaac. Cuidano duns carro lá. Dá nada. Precisar tamo aí. Inté.