Um dia terei uma iguana chamada Mário

Canuto abriu o pote de analgésicos e mastigou três, lavando o rosto na pia. No espelho, mexeu num dos dentes inferiores, mole, e tentou puxá-lo. Não queria sair, mas não ia ficar ali por muito tempo. Secou o rosto com cuidado, a toalha vermelha da testa aberta. Pegou água oxigenada e borrifou. Gritou vendo borbulhar o talo, secou de novo, borrifou anti-séptico. Jogou tudo na pia marrom de s...

 

A busca onírica de Alberto Carter

A primeira e única vez em que conversou com os sacerdotes Nasht e Kaman-Thah na caverna da flama, Alberto sentia uma coceira incansável nos dedos da mão direita. Contrariando suas recomendações, desceu os setecentos degraus até o Portão do Sono Profundo e adentrou as Terras do Sonhar.

Quando pisou entre os ramos retorcidos das árvores da Floresta Encantada, a mão latejava em carne viva...

 

A cidade e os símbolos

Aberá se esconde do mundo na simplicidade de suas linhas. Quando o viajante adentra a floresta e segue por qualquer trilha, corta a cidade como um facão afiado decepa um pescoço.

Atravessa as ruas, segue pelas casas e vendas e igrejas, pisa nos jardins, chuta os piões e as bolas das crianças, cheira as panelas de galinhada e feijão preto, sente a brisa da esquina em que há muito um morib...

 

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