Baldo e a garoa [#187]

Essa garoa fina, o homem falou. Caindo há dois meses, sem folga.

Baldo balançou a cabeça, ergueu a mão em concha, deixou os pingos raquíticos enlagoarem a palma. Sorveu um gole, concentrou no gosto ácido, de onde vinha, para onde ia, o inusitado. Nada. Água. Chuva. Não mais que isso. O pessoal já não guenta mais esse aguaceiro, doutor, a plantação tá afogada, o gado derrapa, as r...

 

O mistério é desvendado (5) [#158]

 ___algum lugar da Europa, 13 de agosto de 1911___

Harkinen recuperou a consciência, a cabeça latejando. Sentiu algo duro na têmpora esquerda que presumiu ser sangue seco. Tentou tocar o local mas as mãos estavam atadas atrás das costas. Diante dele, a visão ajustando, um velho apoiado em uma bengala, bem vestido, asseado, cabelo lambido para trás deixando a cara enrugada de olhos fundo...

 

O mistério é calculado (4) [#157]

 ___algum lugar da Europa, julho de 1911___

O marinheiro de 55 anos foi encontrado com o cocuruto da cabeça costurado. Era conhecido e querido na região. A população lotou a rua estreita. A polícia, alvejada por impropérios e na iminência do tumulto, forçou a retirada do cadáver às pressas, a cena do crime desfigurada antes da chegada da perícia. Harkinen sentiu a saliva salgar ao s...

 

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