Baldo e o asilo

Quer dizer que o problema sou eu? Olha, seu Honório, creio que sim. O senhor tá com quantos anos mesmo? 143, filho. Baldo balançou a cabeça. O asilo ficava em Pomerode, cidade de Santa Catarina com forte influência da imigração alemã. O problema era que os velhos, além do alemão, agora falavam também árabe, romeno, grego, latim, hebraico. E esqueceram a velhice e as doenças, bebendo, ...

 

Baldo e a comida podre

É verdade, tá podre. Dá aqui, deixa eu ver. Baldo pegou a bandeja de carne moída crua, tocou, cheirou, lambeu. Era fresca, recente, nada daquele lixo que provou da panela. O que era estranho. Ele viu Martha cozinhar e servir na travessa, bonita e cheirosa. E então preta, fedida e podre.

João levantou da cadeira. Sabe dizer o que é, seu Baldo? Ainda não, seu João, mas com certeza o prob...

 

Baldo e o Morto [#205]

Ei, você aí. Você mesmo. Vamos voltar, não tem nada pra fazer na cidade. O morto parou, apontou o próprio peito. O homem fumava um cigarro, sentado na ponta de uma lápide, vestido com um sobretudo que na escuridão o fazia parecer uma pedra, não fosse a fumaça. Ele só balançou a cabeça. Você mesmo, só tem a gente no cemitério. Faz favor aqui.

O morto foi na sua direção, as peles...

 

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